quinta-feira, 29 de novembro de 2012


                                   BACH 1685-1750
Johan Sebastien Bach fica, para a História da Música, como o maior compositor não só da sua era e do seu estilo, mas com de todos os tempos. Bach nasceu em Eisenach em 1685 numa família de músicos, sendo no entanto somente a partir deste Bach, Johan Sebastien, que o nome se tornaria universalmente famoso.  Aos dez anos Bach fica órfão de pai, passando então a estar sobre a tutela do seu irmão. Com Carl Böhm, em Ohrdruf, Bach estuda cravo, órgão, e os princípios do contraponto, sendo que em 1703 obtém o cargo de organista em Arnstadt, o qual manterá até 1707, quando vai para Muhlhausen. Vai para Weimar (onde compôs as suas melhores obras para órgão e cantatas) em 1708 e em 1716, por não ter sido nomeado Mestre de Capela nesta cidade, Bach resigna ao cargo e vai para a corte de Cöthen. Em Cöthen, onde o príncipe eleitor se interessava muito por música instrumental, Bach compõe as suas melhore obras instrumentais, entre as quais os Concertos Brandeburgueses e as Suites Orquestrais. Também aí compõe o primeiro livro do Cravo Bem Temperado e outras das suas melhores peças para cravo. Em 1723 é nomeado Mestre de Capela em Leipzig, na Igreja de São Tomás. Acontece que com o decrescente interesse pela sua música em Cöthen, Bach desistira do seu posto na corte. E seria em São Tomás que Bach ficaria para o resto da sua vida, compondo lá obras de tanta importância como as Variações Golodberg, a Oratória de Natal ou a Arte da Fuga.
A música de Bach é realmente inspirada por Deus. Ouvindo as suas paixões, a de S. Mateus e a de S. João, apercebemo-nos que para além de um inimaginável esforço e trabalho de Bach, está uma inspiração fora do comum, e que nas obras religiosas adquire uma expressão mais emotiva e liberta. Muita da melhor música de Bach é religiosa, tanto não seja por ter utilizado uma maior parte das suas capacidades na sua composição. O espolio de  cantatas é imenso, e ainda restam as paixões, e a Oratória de Natal.
Mas ainda devemos contar com a música orquestral de Bach, que apesar de ser em menor quantidade, é de igual importância, principalmente os Concertos Brandeburgueses. Como já foi dito, foi em Cöthen que Bach compôs a maior parte deste género de música, e dela constam sonatas, partitas, concertos e aberturas francesas. As sonatas de Bach são das mais belas do barroco, de igual nível das de Corelli, mas a perfeição é atingida nas partitas para violino. Com efeito, Bach é o principal compositor alemão para violino do seu tempo. Na obra concertante, é de se notar que é com Bach que esta forma adquire a sua forma mais perfeita, principalmente no terceiro concerto brandeburguês. Os instrumentos solistas e a orquestra dialogam na maior perfeição, e tudo isto graças à maestria de Bach sobre o contraponto e a sua incansável inventividade melódica e emotividade. A suas aberturas contêm alguns dos mais famosos trechos orquestrais da História da Música, e estão ao nível das paixões ou dos concertos. 
Para o fim da sua vida, Bach comporia menos, e neste período começou a cegar, compondo ainda as Suites para Violoncelo, hoje consideradas como a prova de fogo de qualquer grande intérprete deste instrumento. Cegaria completamente em 1750, e nesse mesmo ano morreria em  Leipzig.
Apesar da sua grande genialidade, só a partir do revivalismo da sua música (em 1825, com a paixão de S. João, dirigida por Shumman) é que este grande compositor se tornou verdadeiramente conhecido.
A sua obra só em 1850 é que começou a ser sistematicamente publicada, e tal não aconteceu em vida, talvez por Bach ter sido o último dos compositores a não se preocupar com o futuro da sua obra.


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